Fake News e a Pós-verdade
Fake news e a pós-verdade
O termo inglês “Fake News” ganhou grande repercussão no Brasil e no mundo, nos últimos tempos, onde o conceito de notícia falsa é expressa como uma contravenção em relação às informações, notícias, estudos e análises dos mais variados assuntos, que antes se concentravam nos meios clássicos de mídia, em publicações consagradas e acadêmicas, ou ainda expressas por especialistas por intermédios de entrevistas, com toda tecnicidade que sempre pautou o debate sobre informações de interesse público.
A ascensão da internet, o desenvolvimento de novos aparelhos como smartphones e a gama de aplicativos que alimentam essa nova tecnologia móvel com acesso à rede mundial de informações e dados, deu a possibilidade de “interação” entre os mais variados grupos, e tal interatividade abriu as portas para o contraditório, mas muitas vezes, sem quaisquer contribuições para um debate salutar. Os “haters” emergiram com força a partir desta interatividade, dando voz à “negacionistas” e “teorias da conspiração”, que são impulsionadas por “algoritmos” e “hashtag´s” evidenciando opiniões e posicionamentos que, por vezes, podem ser tóxicos, inexatos e falsamente propostos como “pós-verdade”, uma espécie de revelação de um delimitado grupo de novos iluminados, que alertam a grande massa de um mal que estaria impregnado nos meios convencionais de comunicação e mídia.
Pesquisas e estudos consagrados, experiências e teorias científicas são incessantemente atacados, mesmo as mais consagradas como o “heliocentrismo”, os movimentos de “translação e rotação” do planeta Terra, sua forma arredondada e achatada nos polos, tudo já documentado e comprovado pela ciência são sumamente ignorados, bem como outros das áreas pertinentes das Ciências Naturais, como a Biologia, a Física e a Química, o que levou também a questionamentos sobre a Farmacologia, a Medicina, e toda área da saúde, principalmente, nesta pandemia de Covid19.
As opiniões e a liberdade de expressão não gozam de isenção perante a Lei e a Ordem, nos moldes da CF1988, sendo a internet um campo que também se sujeita a tais princípios transcritos na nossa Carta Magna Civilizatória. Isso significa que há responsabilidade sobre tudo o que expressamos e propagamos, sendo necessária uma análise crítica e com fundamentos para não acarretar prejuízos aos leitores, seguidores, e todos àqueles que interagem conosco nos mais variados meios e comunidades digitais. Nossa responsabilidade se faz imensa sendo o exercício da liberdade de expressão e pensamento um trunfo a ser cultivado, e não uma salvaguarda ao engano, a mentira e ao erro.
Escrito por Profº Breno Cunha
Revisado por Profª Sandra Reche